quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Benvindo o deserto das almas

Uma bomba aterrizou, explodiu
Deixando apenas destroços
E o iminente vazio
Com a melancolia veio a serenidade
O pesar e o olhar depurado sobre o calmo movimento da mente
Na letargia dos dias maquinais, tampouco a agitação, nada de euforia
O solavanco pesado reverberando nas ideias, muita fumaça
Entardecer na cidade

das avenidas barulhentas e alamedas arborizadas.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Quintal com Gatos

Encostei-me na janela do quarto observando do quarto andar o pequeno quintal abandonado do edifício. Era inverno do lado de fora e podia sentir o frio através do vidro. Pequenas manchas de vapor se formavam a medida que respirava, e desapareciam apressadas antes que eu tivesse tempo de inspirar. Avistei um gato preto caminhando delicadamente entre o verde gelado. As moitas e pequenas folhagens tão pequenas e insignificantes para nós, uma selva para o gato, naquele momento rei da floresta. Um outro gato preto atirou-se muro adentro e agora desbrava impacientemente os arbustos selvagens. Um mundo inteiro do outro lado da rua, mas nesse pequeno espaço dois gatos pretos estão sutilmente batalhando seu destino, identicos. Os rabos inquietos movimentam-se como caracois enquanto ambos mantem uma certa distância, observantes. Uma breve pausa e cada um segue o seu caminho.