Eu via metade dos camaradas do outro lado da rua epoleirados feito corujas sossegadas. O sol batia de voleio no meio da rua. Tumba deu a letra à todos letra que era melhor nos recolher no bar. Aquele mesmo com teto de zinco e paredes de madeira, bom ambiente da rapaziada. Vi minha namorada com a turminha dela, deixa ela ali, não me preocupo, não gosto mais dela mesmo. Perguntei rindo ao camarada Tumba: Qual que é? Ele disse pra gente se proteger. Todos no interior do bar ficamos de cócoras. E pela janelinha de vidro da porta principal pudemos ver o espetáculo que se apresentava. De repente uma sombra gigante na paisagem e uma nave escarlate da dimensão de um bairro aterrizando capenga e indo de encontro às montanhas. Estrondo.
Fechei os olhos e ouvia os estrondos seguidos se aproximando e ficando maiores. Olhos fechados e ouvindo pedras, madeiras e escombros caindo. Segurei protegendo os óculos com as mãos e abracei bem forte meus amigos, alguns eu não sentia mais. Os estrondos cessaram. Temi abrir os olhos, segurei protegendo os óculos com as mãos para não se quebrar. Ouvi mais estrondos, pedras, estilhaços, senti os escombros e o imenso tremor de terra. Abri os olhos e sonhei que atirava bolas de meia na plateia.